Gestão da Reputação: O Impacto das Falhas em Princípios ESG
Em um mundo hiperconectado, onde as notícias se espalham na velocidade de um clique, a gestão da reputação da marca é mais crucial do que nunca. O risco reputacional é a possibilidade de uma empresa sofrer perdas financeiras, operacionais ou de imagem devido a eventos negativos.
Exemplos internacionais incluem o caso da Volkswagen em 2015, quando a EPA (Agência de Proteção Ambiental) anunciou que a empresa havia violado a Lei do Ar Limpo ao instalar software ilegal em seus veículos a diesel. Reguladores em vários países começaram a investigar a montadora, resultando em uma queda de um terço no valor das ações da empresa. O CEO do grupo Volkswagen renunciou e outros executivos seniores foram suspensos, causando uma grave crise de reputação com consequências financeiras e jurídicas significativas. Outro exemplo é o escândalo de violação de dados envolvendo a Cambridge Analytica em 2018, que afetou severamente a confiança dos usuários do Facebook. Em uma semana, o Facebook perdeu US$ 58 bilhões em valor de mercado após o escândalo de privacidade dos usuários.
No Brasil, crises recentes com repercussão pública incluem a crise da Lojas Americanas, originada por denúncias de fraudes contábeis, que resultou em uma queda de 92,70% nas ações da empresa em um ano. A Braskem, envolvida na mineração de sal-gema em Maceió, Alagoas, enfrentou rachaduras e afundamento de solo, levando à sua exclusão do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3). A Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito global da Braskem para “BB+” de “BBB-“, dificultando o acesso a crédito e aumentando o custo de capital, obrigando a empresa a cancelar alguns investimentos. Além disso, denúncias de trabalho análogo à escravidão em fornecedores das vinícolas Salton, Garibaldi e Aurora, e no Lollapalooza, expõem fragilidades críticas.
Incorporar os princípios ESG — ambientais, sociais e de governança — protege a reputação da sua empresa e fortalece a marca. Essa relação entre ESG e reputação já é amplamente percebida pelos executivos, como revela a pesquisa ‘ESG Market Navigator’, realizada pela Bloomberg Intelligence. Segundo o estudo, 84% dos executivos afirmam que fatores ESG ajudam a ter uma estratégia corporativa mais robusta, além de serem benéficos para a reputação da empresa e facilitarem o acesso a capital. No cenário atual, com os juros altos e tensões geopolíticas, 55% dos executivos veem ESG como uma das suas mais importantes prioridades. E na sua empresa, os princípios socioambientais estão incorporados na estratégia de negócio?
